Dizia na minha mensagem de abertura deste blog, que o governo francês tinha metido a debate o problema da identidade. Tratava-se, salvo o erro, de verificar se os emigrantes que tinham adquirido a nacionalidade francêza, se identificavam ou não com a nação "FRANçA". Esta matéria, a priori, não dizia respeito aos portuguêses de nacionalidade, porque europeus. Mas, todos aqueles que tinham obtido a nacionalidade francêza, estavam concerteza no lote das pessoas a quem aquele debate também dizia respeito.
No que me refere, porque nunca fiz a "démarche administrative" para obter a nacionalidade francêza ( dupla nacionalidade), tal sujeito também me preocupava. Ultimamente e por razões puramente politicas, o problema da identidade foi atirado para as calendas gregas. E ainda bem.
Mas, não é porque o governo francêz fez marcha atras que o problema foi resolvido. Longe disso!
Em todo o caso existe atualmente uma espécie de fantasma na cabeça de alguns governantes que para melhor abraçarem as teses da extrêma direita tentam por caminhos encurvados continuar a evoca essa tematica, e isso porque o problema da emigração, cada vez mais numerosa, é um sujeito de preocupação dos politicos de direita e ainda mais de extrêma direita.
A presença de centenas de milhares de portuguêses em França não faz a primeira pagina dos jornais. E isto por varias razões:
1 - somos uma comunidade pacata, 2 - somos um povo docil e facil de contentar,
3 - somos considerados como bons trabalhadores,
4 - somos pouco reinvidicadores,
5 - somos pouco politizados,
6 - somos europeus,
e para mais, as segundas e terceiras gerações são "désormais" de nacionalidade francêza.
Mas nem tudo é côr de rosa, direi mesmo que ha muito ostracismo e muita inveja. Muitos portuguêses são vitimas justamente em razão dos numerosos atributos positivos que nos sao atribuidos. De hoje em dia a grande maioria dos portuguêses possuem uma casa propria "vivenda e/ou apartamento" e em muitos casos superiores aquelas que os proprios francêzes possuem. Sem esquecer que sendo majoritariamente trabalhadores da construção civil, mesmo comprando uma casa "velha" rapidamente a transformam com enormes melhorias tornando-as "belas casas". Muitos desconhecem também que em certas ocasiões os portuguêses são excluidos de algumas prestações ou beneficios de varias ordens sob pretexto que tendo exatamente casa propria e até casa em Portugal, não precisam. Sem esquecer que, os primeiros que aqui chegaram eram em grande parte analphabetos ou pouco instruidos e esta marca "indelével" é como um rotulo colado à pele de cada um.
A identidade LUSA dos portuguêses de França perde-se dia-a-dia. Se a lingua continua a ser mantida pelos mais antigos, os mais novos e também muitas mulheres da primeira geração, ja não querem fazer português. Se a maioria dos antigos "HOMENS E MULHERES" possuem um bilhete de identidade de cidadão português, a nacionalidade portuguêsa escapa-lhes cada vez mais. O paradoxo é ser-se português, em consequência EUROPEU, sem usifruir os beneficios que a EUROPA nos devia outorgar. Assim, os portuguêses podem agora votar nas eleições locais e nas europeias, mas no pode votar nas outras, aquelas que elegem os deputados e os conselheiros departementais ou regionais, e nas presidenciais. E nestas alturas, decisivas para a vida social e economica do pais, que nos portuguêses somos excluidos de voto. E é nestas alturas em que realmente me ponho a questo;
AFINAL, QUAL é A MINHA IDENTIDADE?
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